Saturday, February 18, 2006

Má ciência

"Beijos de língua: Sinal de alarme para jovens. Por decadas, jovens tem usado o banco traseiro do carro do pai para se beijarem, mas jovens que costumar beijar intimamente múltiplos parceiros, praticamente quadruplicam o risco de contrairam meningites potencialmente fatais, de acordo com dados divulgados por pesquisadores do Centro Nacional para Imunização, Pesquiza e Vigilância do Hospital para Crianças em Westmead / Sidney / Australia."

É nestes termos que começa um artigo sobre o tema "beijos íntimos na adolescência", publicado recentemente no "British Medical Journal". Nada contra a pesquisa, contra os dados apresentados e nem contra o alerta, já que não deve ser estimulado entre jovens um comportamento promíscuo. O interessante no artigo são as sugestões apresentadas para diminuir a possibilidade de contrair uma meningite pelo beijo de língua, duas sugestões, uma com um fundamento científico óbvio, e a outra com pelo menos um fundamento discutível para o órgão científico que a adota:

1. Vacinação contra a meningite
2. Participação recente em evento religioso (?)

Como é que é? Estou traduzindo alguma coisa da forma errada? Um jornal com viés essencialmente científico, uma associação médica, apresenta como uma medida profilática da meningite adquirida na juventude pelo beijo íntimo o seguinte: "Recent attendance at a religious event".

O artigo, ao seu final, aponta que "Os pesquisadores são realistas. Encorajar os jovens a mudarem os seus hábitos, para reduzir os riscos de contraírem a doença, não deve ter maior impacto na prevenção da doença. O que deve ter um resultado efetivo são as vacinações, que devem se tornar peça chave na preservação da saúde pública". Ah bom...

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