Quando os fins justificam os meios

Bush chega ao fim de seu lamentável governo a frente da maior nação livre do mundo. Um governo repleto de erros e de envergonhar qualquer cidadão do mundo: mentiu, matou e torturou para dizer um pouco dos males que fez. E olhe que a minha opinião não é a de antiamericano ou de partidário da esquerda.

Usou Sadan Hussein e a guerra do Iraque - com a matança de civis inocentes - como forma de "dar uma satisfação ao povo" pelos ataques terroristas de 11 de setembro, na impossibilidade de capturar os verdadeiros culpados, mentindo sobre a existência das "armas de destruição em massa" no Iraque.

Criou cárceres privados - fora do alcance dos organismos internacionais da justiça - em Guantanamo/Cuba, autorizando o uso de tortura no interrogatório dos presos - supostamente acusados por terrorismo - numa típica medida em que os fins justificam os meios.

A história já julgou e condenou Bush, o melhor que ele pode aspirar daqui para frente é o esquecimento...

Comportamentos

Vejo apresentadores de programas de televisão e de telejornais, artistas e outras celebridades cobrando um comportamento ético do governo, dos políticos e da população. E eu fico me perguntando: quem são eles para exigir dos outros aquilo que não possuem?

Esse tipo de gente normalmente possue um comportamento totalmente condenável, seja por qualquer padrão de ética, ou por qualquer medida com que sejam julgados. Gente que casa e descasa como quem troca de roupa, e muitos viciados no uso de entorpecentes.

Depois aparecem cinicamente nas telas para cobrar dos outros aquilo que eles próprios não têm.

Pega Bobos

Alguém ainda cai no conto do telefonema? Esse conto que o induz a ligar para participar de enquetes bobas na televisão? Ligue o número tal para dizer se você concorda com tal bobagem ou ligue qual para discordar. Você acredita realmente que alguém está interessado na sua opinião?

O interesse reside no fato de que o canal de televisão ganha dinheiro da operadora telefônica com a sua ligação. Ninguém está interessado na sua opinião, mas no seu dinheiro. Depois a nossa imprensa se apresenta como ética e fica cobrando ética dos outros. Quem são eles para cobrar posturas éticas da sociedade?

Murmúrios

Aos que buscam em mim certezas
Respondo com infinitas dúvidas.
Àqueles que de mim duvidam
Sou na imensidão a solitária esfinge

Não oferecerei respostas
Para os navegantes céticos
Se do certo estou incerto
Se do errado sou par constante

Escrevo porque sei que um dia
Os meus lábios irão calar
Na boca rota, do pão ao pó
No reino do verbo os vermes reinarão

Sempre o clima

O frio nunca está associado com as melhores coisas da vida. Ao conträrio, o calor sempre está associado com o melhor. Falo, é claro, do clima. Verão é quase um sinônimo de férias, de lazer, de atividades prazeirosas. O frio nos lembra o inverno, a necessidade de abrigo, de proteção.

Não é à toa que se diz que uma pessoa é calorosa, quando é amigável, afetuosa. Ao contrário, dizer que alguém é fria não se constitui em boa recomendação. Apesar disso, sou daqueles que, sem desgotar do verão, gosto do frio, gosto do inverno.

Enquanto o verão lembra o lazer e estimula as atividades leves e descompromissadas, e como ninguém pode ser completamente dedicado a só um dos lados da vida, precisamos de equilíbrio, o há que se aproveitar e crescer também no inverno, um tempo estimula o recolhimento e a reflexão.

Além disso, o inverno é o clima dos pensadores...

Dúvidas

Eu tenho minhas dúvidas sobre algo que faço (ou tento fazer) : - Com que direito tento - em vão - despertar do sono aos brasileiros iludidos?

Acordar do seu sono, despertar do seu estado de ilusão, fazê-lo ver, chamá-lo à razão, aos que acreditam em um país de um futuro que nunca se fará presente. Dizer que o país com que sonham é do futuro do pretérito. Dizer que não há esperança, que não há um melhor a esperar, para si e para os seus.

Dizer que continuaremos indefinidamente dividos, dois países, um Brasil-Suíço, dos ricos, um Brasil-Africano, dos pobres; dizer que a justiça não é cega e enxerga muito bem quem é o ladrão do colarinho branco e quem é o ladrão de galinhas; dizer que os que dormem - os governados - são também culpados por não saberem escolher os seus governantes.

Melhor deixá-los dormir, eternamente em berço esplêndido.

Desesperança

Os acontecimentos envolvendo a justiça brasileira continuam a nos desesperançar. Como viver em um país em que altos magistrados agem dessa forma? Com que confiança você vai entrar com uma ação, de cuja solução depende, às vezes, a sua vida, e ela vir a cair nas mãos de um magistrado como esses que estampam as manchetes dos jornais?

A justiça é o último bastião, o último recurso, a tábua de salvação, e não há nenhum exagero nessas afirmações. Se você continua muitas vezes lutando e tendo esperanças é porque confia na justiça como um poder reparador, como um poder que faz valer as leis. E quando você começa a ver que essa sua confiança pode não ser correspondida? O que fazer?